sexta-feira, 6 de maio de 2011

Só Não Fazer

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17:49
   Tem gente que me acha antipática, fechada. Talvez tenha razão, não tenho motivo para distribuir sorrisos por aí. Só que tem uma coisa, não sou assim sempre. Todos têm seus dias de sorrisos, e os meus geralmente surgem quando vejo algo cativante. Aqui poderia citar principalmente animais e... bebês. Sim, sou louca por eles, ontem mesmo vi um bebezinho que me apaixonei, queria até levar para casa, se pudesse. Quando os vejo sempre penso em como seria me tornar mãe, se daria conta do recado, faria bem meu papel. Fico somente nos pensamentos, claro, nos meus vinte anos de existência me vejo ainda jovem demais para realizar tal proeza. E é com esta última frase que entro no assunto que quero abordar: pais e filhos.
   O que me motiva a escrever sobre o tema é o fato de ver coisas no meu cotidiano, presenciar cenas que me irritam muito além da "raiva normal" que sinto. Quantas vezes, não somente eu, como qualquer um de vocês teve a infelicidade de presenciar uma cena em que os pais maltratam os filhos no meio da rua, de multidões? Ou os pais que simplesmente fingem não ter filhos e os deixam correr soltos por onde bem entendem? Entre a semana passada e esta, tive o que podemos chamar de "a gota d'água".
   Estava eu, muito apressada, andando pelo Centro de Porto Alegre quando me deparo com um casal muito apaixonado, a moça ocasionalmente dava uma olhadela por trás de si e logo voltava aos abraços e amassos com seu parceiro (hoje em dia a gente nem sabe mais do que chamar: namorado, parceiro, amigo, o que seja...). Quando chego mais perto deles posso ver um garotinho, que devia ter nem três anos, se virando com um copo grande de milk shake, andando todo desengonçado atrás da mãe, que não lhe prestava a menor atenção. Não sei o que me irritou mais, se o fato da mulher deixar seu filho pequeno solto em um dos lugares mais movimentados, agitados e perigosos de nossa Capital, ou se a falta de noção em largar um copo de milk shake na mão da criança. Açúcar puro e nem preciso comentar do tempo frio, os gaúchos sabem. Anteontem, enquanto esperava meu namorado no terminal de ônibus, presenciei uma MÃE fumando em cima do seu filho. Bah, já detesto cigarro, e gente fumando perto de mim, o que dizer dessa mulher. Isso sem contar os pais que arrastam os filhos nas ruas, batendo neles e fazendo escândalo. Gente, vocês acreditam que as pessoas continuam fazendo filhos?
   Poxa, com todos os métodos de prevenção que temos à nossa disposição (e temos mesmo, pois fiz visitas a todos os postos da minha cidade para comprovar esta afirmativa), as palestras que recebemos gratuitamente em muitas instituições, escolas, em sua maioria, nada é suficiente para que se entenda que fazer filho não é brincadeira. Têm mães que dão à luz seus bebês e logo em seguida os joga no lixo. Com tantos casais que sonham em ter filhos e não conseguem, os motivos só Deus sabe, e os pais fazem atrocidades com os seus. Recentemente vimos em todos os jornais sobre o último caso de uma mulher que colocou seu filho fora. Como se fosse uma porcaria que ela não quisesse ou gostasse. Quanta tristeza e indignação sinto por isso. Interrogada pela polícia, a mãe alegou não querer mais um filho. A justiça dos mortais de nada vale, ela, como tantas outras pessoas, terá de prestar contas ao Cara Lá De Cima. E acredito que somente assim será feita a devida justiça.
   Sei que infelizmente essa situação pouco ou nada mudará, e as leis de nosso país contribuem muito para tal, porém digo a todos os que levam suas vidas levianamente: Se não querem filhos, basta não fazê-los. E caso isso venha a acontecer, dêem para a adoção. Farão a vida de inúmeros casais muito mais feliz. Não destruam a vida de um serzinho inocente.
  

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