sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Tens Cu?

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16:29
   "Inspire.

   Inspire o máximo de ar que conseguir. Essa história deve durar aproximadamente o tempo que você consegue segurar sua respiração, e um pouco mais. Então escute o mais rápido que puder.
   Um amigo meu aos 13 anos ouviu falar sobre “fio-terra”. Isso é quando alguém enfia um consolo na bunda. Estimule a próstata o suficiente, e os rumores dizem que você pode ter orgasmos explosivos sem usar as mãos. Nessa idade, esse amigo é um pequeno maníaco sexual. Ele está sempre buscando uma melhor forma de gozar. Ele sai para comprar uma cenoura e lubrificante. Para conduzir uma pesquisa particular. Ele então imagina como seria a cena no caixa do supermercado, a solitária cenoura e o lubrificante percorrendo pela esteira o caminho até o atendente no caixa. Todos os clientes esperando na fila, observando. Todos vendo a grande noite que ele preparou.

   Então, esse amigo compra leite, ovos, açúcar e uma cenoura, todos os ingredientes para um bolo de cenoura. E vaselina. Como se ele fosse para casa enfiar um bolo de cenoura no rabo.
   Em casa, ele corta a ponta da cenoura com um alicate. Ele a lubrifica e desce seu traseiro por ela. Então, nada. Nenhum orgasmo. Nada acontece, exceto pela dor.

   Então, esse garoto, a mãe dele grita dizendo que é a hora da janta. Ela diz para descer, naquele momento. Ele remove a cenoura e coloca a coisa pegajosa e imunda no meio das roupas sujas debaixo da cama.

   Depois do jantar, ele procura pela cenoura, e não está mais lá. Todas as suas roupas sujas, enquanto ele jantava, foram recolhidas por sua mãe para lavá-las. Não havia como ela não encontrar a cenoura, cuidadosamente esculpida com uma faca da cozinha, ainda lustrosa de lubrificante e fedorenta.

   Esse amigo meu, ele espera por meses na surdina, esperando que seus pais o confrontem. E eles nunca fazem isso. Nunca. Mesmo agora que ele cresceu, aquela cenoura invisível aparece em toda ceia de Natal, em toda festa de aniversário. Em toda caça de ovos de páscoa com seus filhos, os netos de seus pais, aquela cenoura fantasma paira por sobre todos eles. Isso é algo vergonhoso demais para dar um nome.

   As pessoas na França possuem uma expressão: “sagacidade de escadas.” Em francês: esprit de l’escalier. Representa aquele momento em que você encontra a resposta, mas é tarde demais. Digamos que você está numa festa e alguém o insulta. Você precisa dizer algo. Então sob pressão, com todos olhando, você diz algo estúpido. Mas no momento em que sai da festa….

   Enquanto você desce as escadas, então – mágica. Você pensa na coisa mais perfeita que poderia ter dito. A réplica mais avassaladora.

   Esse é o espírito da escada.

   O problema é que até mesmo os franceses não possuem uma expressão para as coisas estúpidas que você diz sob pressão. Essas coisas estúpidas e desesperadas que você pensa ou faz.

   Alguns atos são baixos demais para receberem um nome. Baixos demais para serem discutidos.

   Agora que me recordo, os especialistas em psicologia dos jovens, os conselheiros escolares, dizem que a maioria dos casos de suicídio adolescente eram garotos se estrangulando enquanto se masturbavam. Seus pais o encontravam, uma toalha enrolada em volta do pescoço, a toalha amarrada no suporte de cabides do armário, o garoto morto. Esperma por toda a parte. É claro que os pais limpavam tudo. Colocavam calças no garoto. Faziam parecer… melhor. Ao menos, intencional. Um caso comum de triste suicídio adolescente.

   Outro amigo meu, um garoto da escola, seu irmão mais velho na Marinha dizia como os caras do Oriente Médio se masturbavam de forma diferente do que fazemos por aqui. Esse irmão tinha desembarcado num desses países cheios de camelos, na qual o mercado público vendia o que pareciam abridores de carta chiques. Cada uma dessas coisas é apenas um fino cabo de latão ou prata polida, do comprimento aproximado de sua mão, com uma grande ponta numa das extremidades, ou uma esfera de metal ou uma dessas empunhaduras como as de espadas. Esse irmão da Marinha dizia que os árabes ficavam de pau duro e inseriam esse cabo de metal dentro e por toda a extremidade de seus paus. Eles então batiam punheta com o cabo dentro, e isso os faziam gozar melhor. De forma mais intensa.

   Esse irmão mais velho viajava pelo mundo, mandando frases em francês. Frases em russo. Dicas de punhetagem.

   Depois disso, o irmão mais novo, um dia ele não aparece na escola. Naquela noite, ele liga pedindo para eu pegar seus deveres de casa pelas próximas semanas. Porque ele está no hospital.

   Ele tem que compartilhar um quarto com velhos que estiveram operando as entranhas. Ele diz que todos compartilham a mesma televisão. Que a única coisa para dar privacidade é uma cortina. Seus pais não o vem visitar. No telefone, ele diz como os pais dele queriam matar o irmão mais velho da Marinha.

   Pelo telefone, o garoto diz que, no dia anterior, ele estava meio chapado. Em casa, no seu quarto, ele deitou-se na cama. Ele estava acendendo uma vela e folheando algumas revistas pornográficas antigas, preparando-se para bater uma. Isso foi depois que ele recebeu as notícias de seu irmão marinheiro. Aquela dica de como os árabes se masturbam. O garoto olha ao redor procurando por algo que possa servir. Uma caneta é grande demais. Um lápis, grande demais e áspero. Mas escorrendo pelo canto da vela havia um fino filete de vela derretida que poderia servir. Com as pontas dos dedos, o garoto descola o filete da vela. Ele o enrola na palma de suas mãos. Longo, e liso, e fino.

   Chapado e com tesão, ele enfia lá dentro, mais e mais fundo por dentro do canal urinário de seu pau. Com uma boa parte da cera ainda para fora, ele começa o trabalho.

   Até mesmo nesse momento ele reconhece que esses árabes eram caras muito espertos. Eles reinventaram totalmente a punheta. Deitado totalmente na cama, as coisas estão ficando tão boas que o garoto nem observa a filete de cera. Ele está quase gozando quando percebe que a cera não está mais lá.

   O fino filete de cera entrou. Bem lá no fundo. Tão fundo que ele nem consegue sentir a cera dentro de seu pau.

   Das escadas, sua mãe grita dizendo que é a hora da janta. Ela diz para ele descer naquele momento. O garoto da cenoura e o garoto da cera eram pessoas diferentes, mas viviam basicamente a mesma vida.

Depois do jantar, as entranhas do garoto começam a doer. É cera, então ele imagina que ela vá derreter dentro dele e ele poderá mijar para fora. Agora suas costas doem. Seus rins. Ele não consegue ficar ereto corretamente.

   O garoto falando pelo telefone do seu quarto de hospital, no fundo pode-se ouvir campainhas, pessoas gritando. Game shows.

   Os raios-X mostram a verdade, algo longo e fino, dobrado dentro de sua bexiga. Esse longo e fino V dentro dele está coletando todos os minerais no seu mijo. Está ficando maior e mais expesso, coletando cristais de cálcio, está batendo lá dentro, rasgando a frágil parede interna de sua bexiga, bloqueando a urina. Seus rins estão cheios. O pouco que sai de seu pau é vermelho de sangue.

   O garoto e seus pais, a família inteira, olhando aquela chapa de raio-X com o médico e as enfermeiras ali, um grande V de cera brilhando na chapa para todos verem, ele deve falar a verdade. Sobre o jeito que os árabes se masturbam. Sobre o que o seu irmãos mais velho da Marinha escreveu.

   No telefone, nesse momento, ele começa a chorar.

   Eles pagam pela operação na bexiga com o dinheiro da poupança para sua faculdade. Um erro estúpido, e agora ele nunca mais será um advogado.

   Enfiando coisas dentro de você. Enfiando-se dentro de coisas. Uma vela no seu pau ou seu pescoço num nó, sabíamos que não poderia acabar em problemas.

   O que me fez ter problemas, eu chamava de Pesca Submarina. Isso era bater punheta embaixo d’água, sentando no fundo da piscina dos meus pais. Pegando fôlego, eu afundava até o fundo da piscina e tirava meu calção. Eu sentava no fundo por dois, três, quatro minutos.

   Só de bater punheta eu tinha conseguido uma enorme capacidade pulmonar. Se eu tivesse a casa só para mim, eu faria isso a tarde toda. Depois que eu gozava, meu esperma ficava boiando em grandes e gordas gotas.

   Depois disso eram mais alguns mergulhos, para apanhar todas. Para pegar todas e colocá-las em uma toalha. Por isso chamava de Pesca Submarina. Mesmo com o cloro, havia a minha irmã para se preocupar. Ou, Cristo, minha mãe.

   Esse era meu maior medo: minha irmã adolescente e virgem, pensando que estava ficando gorda e dando a luz a um bebê retardado de duas cabeças. As duas parecendo-se comigo. Eu, o pai e o tio. No fim, são as coisas nais quais você não se preocupa que te pegam.

   A melhor parte da Pesca Submarina era o duto da bomba do filtro. A melhor parte era ficar pelado e sentar nela.

   Como os franceses dizem, Quem não gosta de ter seu cú chupado? Mesmo assim, num minuto você é só um garoto batendo uma, e no outro nunca mais será um advogado.
 
   Num minuto eu estou no fundo da piscina e o céu é um azul claro e ondulado, aparecendo através de dois metros e meio de água sobre minha cabeça. Silêncio total exceto pelas batidas do coração que escuto em meu ouvido. Meu calção amarelo-listrado preso em volta do meu pescoço por segurança, só em caso de algum amigo, um vizinho, alguém que apareça e pergunte porque faltei aos treinos de futebol. O constante chupar da saída de água me envolve enquanto delicio minha bunda magra e branquela naquela sensação.

   Num momento eu tenho ar o suficiente e meu pau está na minha mão. Meus pais estão no trabalho e minha irmão no balé. Ninguém estará em casa por horas.

   Minhas mãos começam a punhetar, e eu paro. Eu subo para pegar mais ar. Afundo e sento no fundo.

   Faço isso de novo, e de novo.

   Deve ser por isso que garotas querem sentar na sua cara. A sucção é como dar uma cagada que nunca acaba. Meu pau duro e meu cú sendo chupado, eu não preciso de mais ar. O bater do meu coração nos ouvidos, eu fico no fundo até as brilhantes estrelas de luz começarem a surgir nos meus olhos. Minhas pernas esticadas, a batata das pernas esfregando-se contra o fundo. Meus dedos do pé ficando azul, meus dedos ficando enrugados por estar tanto tempo na água.

   E então acontece. As gotas gordas de gozo aparecem. É nesse momento que preciso de mais ar. Mas quando tento sair do fundo, não consigo. Não consigo colocar meus pés abaixo de mim. Minha bunda está presa.

   Médicos de plantão de emergência podem confirmar que todo ano cerca de 150 pessoas ficam presas dessa forma, sugadas pelo duto do filtro de piscina. Fique com o cabelo preso, ou o traseiro, e você vai se afogar. Todo o ano, muita gente fica. A maioria na Flórida.

   As pessoas simplesmente não falam sobre isso. Nem mesmo os franceses falam sobre tudo. Colocando um joelho no fundo, colocando um pé abaixo de mim, eu empurro contra o fundo. Estou saindo, não mais sentado no fundo da piscina, mas não estou chegando para fora da água também.

   Ainda nadando, mexendo meus dois braços, eu devo estar na metade do caminho para a superfície mas não estou indo mais longe que isso. O bater do meu coração no meu ouvido fica mais alto e mais forte.

   As brilhantes fagulhas de luz passam pelos meus olhos, e eu olho para trás… mas não faz sentido. Uma corda espessa, algum tipo de cobra, branco-azulada e cheia de veias, saiu do duto da piscina e está segurando minha bunda. Algumas das veias estão sangrando, sangue vermelho que aparenta ser preto debaixo da água, que sai por pequenos cortes na pálida pele da cobra. O sangue começa a sumir na água, e dentro da pele fina e branco-azulada da cobra é possível ver pedaços de alguma refeição semi-digerida.

   Só há uma explicação. Algum horrível monstro marinho, uma serpente do mar, algo que nunca viu a luz do dia, estava se escondendo no fundo escuro do duto da piscina, só esperando para me comer.

   Então… eu chuto a coisa, chuto a pele enrugada e escorregadia cheia de veias, e parece que mais está saindo do duto. Deve ser do tamanho da minha perna nesse momento, mas ainda segurando firme no meu cú. Com outro chute, estou a centímetros de conseguir respirar. Ainda sentido a cobra presa no meu traseiro, estou bem próximo de escapar.

   Dentro da cobra, é possível ver milho e amendoins. E dá pra ver uma brilhante esfera laranja. É um daqueles tipos de vitamina que meu pai me força a tomar, para poder ganhar massa. Para conseguir a bolsa como jogador de futebol. Com ferro e ácidos graxos Ômega 3.

   Ver essa pílula foi o que me salvou a vida.

   Não é uma cobra. É meu intestino grosso e meu cólon sendo puxados para fora de mim. O que os médicos chamam de prolapso de reto. São minhas entranhas sendo sugadas pelo duto.

   Os médicos de plantão de emergência podem confirmar que uma bomba de piscina pode puxar 300 litros de água por minuto. Isso corresponde a 180 quilos de pressão. O grande problema é que somos todos interconectados por dentro. Seu traseiro é apenas o término da sua boca. Se eu deixasse, a bomba continuaria a puxar minhas entranhas até que chegasse na minha língua. Imagine dar uma cagada de 180 quilos e você vai perceber como isso pode acontecer.

   O que eu posso dizer é que suas entranhas não sentem tanta dor. Não da forma que sua pele sente dor. As coisas que você digere, os médicos chamam de matéria fecal. No meio disso tudo está o suco gástrico, com pedaços de milho, amendoins e ervilhas.

   Essa sopa de sangue, milho, merda, esperma e amendoim flutua ao meu redor. Mesmo com minhas entranhas saindo pelo meu traseiro, eu tentando segurar o que restou, mesmo assim, minha vontade é de colocar meu calção de alguma forma.

   Deus proíba que meus pais vejam meu pau.

   Com uma mão seguro a saída do meu rabo, com a outra mão puxo o calção amarelo-listrado do meu pescoço. Mesmo assim, é impossível puxar de volta.

   Se você quer sentir como seria tocar seus intestinos, compre um camisinha feita com intestino de carneiro. Pegue uma e desenrole. Encha de manteiga de amendoim. Lubrifique e coloque debaixo d’água. Então tente rasgá-la. Tente partir em duas. É firme e ao mesmo tempo macia. É tão escorregadia que não dá para segurar.

   Uma camisinha dessas é feita do bom e velho intestino.

   Você então vê contra o que eu lutava.

   Se eu largo, sai tudo.

   Se eu nado para a superfície, sai tudo.

   Se eu não nadar, me afogo.

   É escolher entre morrer agora, e morrer em um minuto.

   O que meus pais vão encontrar depois do trabalho é um feto grande e pelado, todo curvado. Mergulhado na árgua turva da piscina de casa. Preso ao fundo por uma larga corda de veias e entranhas retorcidas. O oposto do garoto que se estrangula enquanto bate uma. Esse é o bebê que trouxeram para casa do hospital há 13 anos. Esse é o garoto que esperavam conseguir uma bolsa de jogador de futebol e eventualmente um mestrado. Que cuidaria deles quando estivessem velhinhos. Seus sonhos e esperanças. Flutuando aqui, pelado e morto. Em volta dele, gotas gordas de esperma.

   Ou isso, ou meus pais me encontrariam enrolado numa toalha encharcada de sangue, morto entre a piscina e o telefone da cozinha, os restos destroçados das minhas entranhas para fora do meu calção amarelo-listrado.

   Algo sobre o qual nem os franceses falam.

  Aquele irmão mais velho na Marinha, ele ensinou uma outra expressão bacana. Uma expressão russa. Do jeito que nós falamos “Preciso disso como preciso de um buraco na cabeça…,” os russos dizem, “Preciso disso como preciso de dentes no meu cú……

   Mne eto nado kak zuby v zadnitse.

   Essas histórias de como animais presos em armadilhas roem a própria perna fora, bem, qualquer coiote poderá te confirmar que algumas mordidas são melhores que morrer.

   Droga… mesmo se você for russo, um dia vai querer esses dentes.

   Senão, o que você pode fazer é se curvar todo. Você coloca um cotovelo por baixo do joelho e puxa essa perna para o seu rosto. Você morde e rói seu próprio cú. Se você ficar sem ar você consegue roer qualquer coisa para poder respirar de novo.

   Não é algo que seja bom contar a uma garota no primeiro encontro. Não se você espera por um beijinho de despedida. Se eu contasse como é o gosto, vocês não comeriam mais frutos do mar.

   É difícil dizer o que enojaria mais meus pais: como entrei nessa situação, ou como me salvei. Depois do hospital, minha mãe dizia, “Você não sabia o que estava fazendo, querido. Você estava em choque.” E ela teve que aprender a cozinhar ovos pochê.

   Todas aquelas pessoas enojadas ou sentindo pena de mim….

   Precisava disso como precisaria de dentes no cú.

   Hoje em dia, as pessoas sempre me dizem que eu sou magrinho demais. As pessoas em jantares ficam quietas ou bravas quando não como o cozido que fizeram. Cozidos podem me matar. Presuntadas. Qualquer coisa que fique mais que algumas horas dentro de mim, sai ainda como comida. Feijões caseiros ou atum, eu levanto e encontro aquilo intacto na privada.

   Depois que você passa por uma lavagem estomacal super-radical como essa, você não digere carne tão bem. A maioria das pessoas tem um metro e meio de intestino grosso. Eu tenho sorte de ainda ter meus quinze centímetros. Então nunca consegui minha bolsa de jogador de futebol. Nunca consegui meu mestrado. Meus dois amigos, o da cera e o da cenoura, eles cresceram, ficaram grandes, mas eu nunca pesei mais do que pesava aos 13 anos.

   Outro problema foi que meus pais pagaram muita grana naquela piscina. No fim meu pai teve que falar para o cara da limpeza da piscina que era um cachorro. O cachorro da família caiu e se afogou. O corpo sugado pelo duto. Mesmo depois que o cara da limpeza abriu o filtro e removeu um tubo pegajoso, um pedaço molhado de intestino com uma grande vitamina laranja dentro, mesmo assim meu pai dizia, “Aquela porra daquele cachorro era maluco.”

   Mesmo do meu quarto no segundo andar, podia ouvir meu pai falar, “Não dava para deixar aquele cachorro sozinho por um segundo….”

   E então a menstruação da minha irmã atrasou.

   Mesmo depois que trocaram a água da piscina, depois que vendemos a casa e mudamos para outro estado, depois do aborto da minha irmã, mesmo depois de tudo isso meus pais nunca mencionaram mais isso novamente.

   Nunca.

   Essa é a nossa cenoura invisível.

   Você. Agora você pode respirar.

   Eu ainda não."

Tripas - Chuck Palahniuk



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And I'll Always Be Waiting For You.

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13:55
   Não tenho acompanhado muito o Coldplay atualmente, o som já não me interessa tanto como antigamente. Fui eu quem mudou, ou foram eles? Não sei dizer ao certo, talvez os dois tenhamos modificado um pouco de nossos gostos e estilos. Porém, uma coisa é certa: a magia que as músicas continham, e me refiro aos queridos Parachutes e A Rush Of Blood To The Head (mais ao primeiro do que ao segundo), me levava a lugares em que jamais estive. Lugares em que me sentia especial, em grande parte pela linda voz do Martin e seu violão. Ouvir sua voz me fazia sentir única no mundo. Músicas perfeitas para se ouvir de qualquer jeito, mas em paz. Sozinha. Melodias gostosas de se ouvir deitada, nua na cama em um dia quente, melhores ainda em dias frios, bem quentinha sob as cobertas.
   Esse é o Velho Coldplay, o qual se perdeu há alguns anos. Os álbuns posteriores foram legais, mas a magia esperada nunca mais voltou. Minha mente e meu coração anseiam por sua volta. E sim, eles acreditam numa volta. Afinal, eu sempre esperarei por você.


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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

E A Culpa Pelo Desmatamento?

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18:01
   Não sou de ficar postando e-mails que recebo, mas esse achei bem bacana. Esclarece as coisas para o sujeitinho que coloca a culpa pelo meio ambiente estar nesse estado nos mais velhos. Abrir mão do conforto e comodidade ninguém quer.

  
"Na fila do supermercado, o caixa diz uma senhora idosa: 
- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis ao meio ambiente.
A senhora pediu desculpas e disse:
- Não havia essa onda verde no meu tempo.
O empregado respondeu:
- Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente.
- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisávamos ir a dois quarteirões.
Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usávamos jornal amassado para protegê-lo, não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.
Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lámina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?"

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Parece Uma Boneca

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10:23
   Trabalhar no centro da Capital não é algo que posso chamar de emprego bom. Não gosto do cheiro das ruas, não gosto do movimento, do barulho, das pessoas pedindo até nossa alma... Quem me acompanha no Twitter sabe o quanto detesto aquelas ciganas insuportáveis, que insistem ainda por cima em pegar a pessoa pelo braço. No trajeto terminal de ônibus - escritório, vejo gente dos mais variados jeitos. De engravatados a astros de rock, com suas roupas pretas e rasgadas em lugares estratégicos. Nesse centro de Porto Alegre, vemos realmente de tudo (não posso esquecer do memorável episódio da prostituta a R$2,50 na Praça da Alfândega).
   Ontem havia combinado de me encontrar com um amigo, o esperaria no mesmo terminal já mencionado. Enquanto aguardo, fico observando as pessoas ao meu redor. É aí que me deparo com algo que me deixa urrando de indignação. Estava ao meu lado mãe e filha pequena, esta não devia ter mais de sete anos. Agora se pergunte, o que tem de mais nisso? A menina estava maquiada, de salto alto e unhas postiças. Curioso foi que minha atenção se prendeu mais nas unhas, aquelas gigantes, quadradas, pintadas de Francesinha! É, meu amigo. Iguaizinhas as das atrizes pornô. Minha vontade foi de perguntar à mãe o que ela tinha na cabeça, porque me desculpem os que acham isso normal, eu considero falta de noção.
   Vi-me a refletir sobre quantas mães fazem isso com suas garotinhas, muitas dessas que passam a infância inscrita em concursos de beleza. Lembrei-me do documentário sobre as cirurgias plásticas a que essas mulheres submetem seres que saíram de seu ventre. Entregam suas crianças ao bisturi. Alegam que é isso que as filhas querem, ser reconhecidas no mundo todo por sua beleza, sonham com vidas luxuosas. Quem de fato deseja tudo isso são os pais, viver às custas de alguém a quem deviam estar amando, cuidando, protegendo e ensinando a serem pessoas decentes, com os dois pés no chão. E desde quando beleza é entupir a cara de base, corretivo e tantos outros artifícios? Que eu me lembre, a beleza já está na gente. Essas máscaras escondem quem a pessoa é, pura enganação. A criatura tem uma cara num momento e assim que a água entra em ação, já tem outra.  Maquiagem já causa danos na pele de mulheres adultas, por toda a química dos produtos. Na pele de uma criança pequena, que estrago deve fazer? E não, maquiagem infantil não existe. Será que não vêem o quanto isso é desumano, ensinando suas menininhas a desde já viver da aparência? Condenando-as a uma vida sem diversão, a todas aquelas brincadeiras divertidas que fizemos durante toda a nossa infância? Pois para elas existe somente a responsabilidade em ganhar concursos, serem adultas. Essas garotinhas assumem o papel de verdadeiras bonecas. Lindas de se ver, não?
   De todas as coisas que posso desejar para mim futuramente, uma das mais importantes é ser uma boa mãe, se um dia tiver filhos. Para as mulheres que já realizaram a façanha de dar à luz, fica meu conselho: cada coisa no seu tempo. Que as suas crianças possam viver a infância com tudo o que esta tem de melhor.
  
  

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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Yep!

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18:55
   Lucy está feliz. Será isso um milagre?

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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Ela é Sugar Free

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12:10
   Como assim, essa é a seção Diet d'A Bezerra Negra não que eu não precise perder uns quilinhos, né gente? Ela vai postar receitas de doces maravilhosos SEM açúcar? Não! Aqui será o espaço em que minha armagura será sem limites.
   Amargura? A expressão "Sugar Free" diretamente significa "Sem Açúcar", mas pode ser traduzida para "amargo". Porém, não saiu da minha cabeça,  eu a vi num dos excelentes livros da Marian Keyes, Cheio de Charme. Era o nome da coluna de um jornal Dublinense, espaço em que a autora poderia destilar seu sarcasmo e raiva contra o mundo. Nos seus textos não havia nada bonitinho, nada elogiando quem quer que fosse. Ela era simplesmente amarga. Em um livro cuja história é dividida entre quatro personagens principais, preciso dizer com qual delas me identifiquei sim, sou daquelas que lêem romances e procuram a personagem com que mais se identificou?!
   Para muitas pessoas, principalmente os integrantes do movimento machista, a mulher ser amarga pode ser facilmente explicado pelo fato de ela não ser comida por ninguém, vulgarmente falando. Ou até pior, ser mal comida se é pra pessoa não fazer o serviço direito, é melhor ficar sozinha e fazer justiça com as próprias mãos. O que pode ser aplicado a muitas pessoas, não necessariamente do sexo feminino. Mas não é o meu caso. Sou uma pessoa muito feliz e realizada, que passa por coisas ruins como qualquer outro ser, e mesmo gostando pacas de matemática, nem sempre os problemas são bem-vindos.
   Importante esclarecer, este não é um espaço para desabafar problemas meus, até porque, não criei um blog imaginando-o ser meu psicólogo particular, então se você o visita com o intuito de compartilhar suas histórias tristes, está no lugar errado. Aqui vai meus pensamentos mais desagradáveis sobre qualquer assunto em que esteja pensando no momento. Alguns textos já estarão inclusos nesta seção.

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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Tava Merecendo Uma Surra

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11:56
   Ou no mínimo, umas bofetadas e puxões de cabelo. Uns dizem que aquilo era TPM, mas tchê, mulher nenhuma faria o estardalhaço que essa daí fez por causa de um probleminha tão banal. E tampouco era caso de ser mal educada, ela tinha problemas sérios, coisa de ir no psiquiatra, tomar remédios controlados... e devia estar amarrada no pé da cama em casa, porque imagino o que ela não teria feito com o pobre idoso, não fosse a presença dos seguranças.
   Fim da picada mesmo!


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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Pô, Gente

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14:29
   Estou eu aqui vá fuçar nas estatísticas desse blog, quando me dou conta de que o público daqui, em sua grande parte, só está interessado em pornografia. Novidade? Não, na verdade, qual o site/blog em que isso não acontece, não é mesmo. O que me deixa pasma mesmo são os comentários que recebo pelas postagens... teve uns dois aqui que fui obrigada a excluir. Além do interesse pela pornografia, nas origens de visitas ainda tenho posts de outros blogs sobre lesbianismo... vocês são uns taradões, hein, tsc, tsc.
   Mas como sou uma boa pessoa, e sei que muita gente vem aqui para ver mulher pelada, selecionei fotos das mais belas garotas da internet. Estão preparados? Então babem pelo meu presente:

















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